Psicologia, ciência da alma. Tão nova, mas tão presente em todos os aspectos das nossas vidas. Estuda o comportamento e os processos mentais. Dá nome ao que sentimos, vivemos e escondemos. São múltiplas abordagens e pensadores, mas todos compreendem o mesmo objetivo: o autoconhecimento.
Com muitos protocolos e ferramentas diferenciadas e disponíveis para trabalho, este profissional utiliza de dois grandes instrumentos: a fala e a escuta. E a partir disso, o olhar para o outro como a pessoa mais importante daquele processo, proporcionando um ambiente seguro, livre de julgamentos e com atenção plena: a permissão para ser quem se realmente é.
E diante de tanta necessidade de desconstrução a cerca desta ciência, devido aos inúmeros pré-conceitos e opiniões resultantes de uma ideação histórica-social, hoje, nos vemos, quase que, dependentes dela.
Ao falarmos de Direito de família, a interdisciplinaridade entre Psicologia e Direito se faz mais que importante, uma vez que o objeto de estudo, nesse caso, é a instituição base das nossas vidas. É a instituição que dita os nossos princípios, que determina grande parte das nossas crenças e acomoda (ou deveria) o nosso coração.
E quando falamos de família fazemos o esforço irreal de buscar ao máximo nossa maturidade emocional, nesse campo frágil, tão carregado de afeto, sentimentos e laço.
O papel do Psicólogo no judiciário, segundo Silva (2016) varia de acordo com o foro em que atua, mas, de modo geral, sua principal função é elaborar, através de um estudo psicodiagnóstico, laudos que destinam a entender o que motivou a ação e qual situação psicológica da família em questão. A partir disso, auxiliar o juiz em sua decisão, com o objetivo de respeitar a saúde mental dos envolvidos, principalmente quando se trata de crianças ou adolescentes.
Recorre-se a justiça para resolver dificuldades familiares, quando não se encontra mais saídas para lidar com o sofrimento decorrente de uma situação. Por isso, a importância de, além de auxiliar o magistrado em suas tomadas de decisões, ajudar os envolvidos a buscar maneiras de, pelo ao menos, amenizar seus conflitos.(Silva, 2016).
Quando há necessidade de instalar o litígio em uma discussão familiar, o diálogo já quase não existe, a segurança envolta dessa relação tão íntima já está quebrada e os sentimentos e emoções, despedaçados.
Como reduzir os danos de algo tão profundo e sistêmico?
Maíra Nogueira
Referência Bibliográfica
Silva, D. M. P. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro: a interface da psicologia com o direito nas questões de família e infância. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.